O sujeito pode ser simples, composto, indeterminado ou desinencial (oculto ou elíptico).
Ou simplesmente pode não haver sujeito! Como assim?
O sujeito não é termo essencial?
As gramáticas mais tradicionais dizem que sim, mas, embora seja importante saber disso, é bom que reflitamos. Mas não vamos nos prender a isso agora, mais tarde, quando terminarmos de falar sobre sujeito e predicado, voltaremos a esse assunto.
Vamos lá!
Tipos de sujeito:
Tipos de sujeito:
1 - O sujeito simples existe quando o núcleo do sintagma nominal que exerce tal função tem apenas um núcleo.
Exemplos:
Eles jogaram futebol.
O menino é inteligente.
Esse blog é legal! ^^
Perceba que os núcleos são: "eles", "menino" e "blog".
2 - O sujeito composto é encontrado quando há mais de um núcleo dentro da estrutura sintagmática do mesmo.
Exemplo:
Ela e seu namorado irão ao parque.
Pedro e Maria se odeiam.
Cães e gatos dificilmente se misturam.
Na ordem das orações acima, os núcleos são: "ela" e "namorado", "Pedro" e "Maria, "cães" e "gatos".
3 - Há sujeito indeterminado quando o núcleo do sintagma verbal (ou simplesmente verbo ^^) não se refere a uma pessoa determinada, ou quando se desconhece ou não se tem interesse na pessoa que pratica ou sofre a ação verbal.
3 - Há sujeito indeterminado quando o núcleo do sintagma verbal (ou simplesmente verbo ^^) não se refere a uma pessoa determinada, ou quando se desconhece ou não se tem interesse na pessoa que pratica ou sofre a ação verbal.
Vejamos os índices de indeterminação do sujeito:
a) Verbo na terceira pessoa do plural:
Quebraram o vidro da porta da biblioteca.
Protestaram contra os maus salários dos professores.
b) Verbo na terceira pessoa do singular com pronome "se":
Falava-se muito sobre o vandalismo na escola.
Naquele tempo, gostava-se do bom e velho samba.
Para refletirmos:
Se o sujeito indeterminado acontece quando não se sabe ou não há interesse em saber quem praticou ou sofreu a ação verbal, por que as gramáticas mais tradicionais classificam pronomes indefinidos como sujeito simples?
Exemplo:
Alguém quebrou o vidro da porta da biblioteca.
Alguém quebrou o vidro da porta da biblioteca.
Não há o mesmo efeito da frase do outro exemplo? Continuo sem saber quem praticou a ação.
Não seria ridículo esta situação:
Quem quebrou o vidro?
Quem quebrou o vidro?
R: Alguém.
Por que utilizam definições semânticas para chegar a uma conclusão sobre o que é sujeito, mas abandonam a mesma semântica para dizer o que é um sujeito indeterminado? Ora, a própria noção de sujeito indeterminado não seria semântica?
Mas vamos deixar essa discussão para os gramáticos: realmente vale separar a sintaxe da semântica? ^^
4 - É simples descobrir quando o sujeito é desinencial. Como o nome já sugere, o sujeito desinencial é aquele que pode ser conhecido pela desinência número-pessoal do verbo.
Exemplo:
Gosto de seus olhos
Gosto de seus olhos
Gostas de meus olhos.
(Desculpem a minha falta de criatividade)
Percebe que a desinência "o" indica que o sujeito da primeira oração é o pronome "eu", e a desinência "s" indica que é o pronome "tu"?
É isso aí.
Mas retomemos as reflexões sobre o sujeito indeterminado e comecemos outra reflexão aqui.
É isso aí.
Mas retomemos as reflexões sobre o sujeito indeterminado e comecemos outra reflexão aqui.
Se for para querer fazer da sintaxe uma ciência exata, não seria viável dizer que aqui não há sujeito?
Pense, o que diz que "alguém" é sujeito simples na oração do exemplo que dei anteriormente?
O forma estar presente, visível e concordando com o verbo é que indica isso.
"Alguém quebrou..."
Mas, se deixei de classificar tal termo como sujeito indeterminado, ignorando totalmente seu valor semântico, pelo fato de ele estar aí visível e concordando com o verbo, se o sujeito não estiver visível, não poderíamos dizer que não há sujeito?
Realmente, não acho que se possa dizer que não há sujeito nesse caso, mas penso que as regras e definições não devam ficar se alterando de acordo com cada exemplo dado.
Ou aceitamos que sintaxe, semântica e morfologia devem sim se apoiarem umas nas outras, ou não as devemos misturar quando acharmos conveniente, pois assim estaremos fazendo uma grande bagunça.
5 - Chegamos à parte mais longa desse estudo, oração sem sujeito. ^^
É bom lembra o que diz o prof. Celso Cunha (Gramática da Língua Portuguesa, 142, 1985), "não se deve ser confundido o sujeito indeterminado, que existe, mas não se pode ou não se deseja identificar, com a inexistência do sujeito."
Os principais casos de oração sem sujeito ocorrem nas seguintes ocasiões:
a) Quando o verbo "haver" tem o mesmo sentido que o verbo "existir".
Há muitas pessoas aqui.
No futuro, haverá muitos visitantes nesse blog. ^^
Obs: é bom lembrar que, quando há locução verbal, o verbo "haver" passa a sua impessoalidade para o verbo auxiliar.
Amanhã pode haver aula!
Outro detalhe, se empregar verbo "existir", haverá sujeito na oração, pois esse verbo não é impessoal.
Boas lembrança existem em minha mente.
Boas lembrança existem em minha mente.
Repare que "boas lembranças" é o sujeito nessa oração.
b) Com verbos que denotam fenômenos da natureza:
Trovejou bastante ontem.
Chove muito em São Paulo.
Obs: verbos deste tipo não são impessoais quando empregados com valor figurado.
Exemplos com os mesmos verbos utilizados acima:
As lágrimas choveram em meu colo.
A ira trovejou em seu coração.
c) O verbo "ser" indicando tempo:
Era um belo dia.
Eram dias de alegria.
d) Verbos "fazer", "haver" e "ir" indicando tempo decorrido:
Fará um ano que não a vejo.
Fará um ano que não a vejo.
Há muito tempo que isso aconteceu.
Vai para três anos que não vejo Maria.
Bem, pessoal, basicamente é isso que há para ser falado sobre tipos de sujeito.