terça-feira, 21 de junho de 2011

Tipos de sujeito

Passemos a ver os tipos de sujeito!

O sujeito pode ser simples, composto, indeterminado ou desinencial (oculto ou elíptico).
Ou simplesmente pode não haver sujeito! Como assim?

O sujeito não é termo essencial?

As gramáticas mais tradicionais dizem que sim, mas, embora seja importante saber disso, é bom que reflitamos. Mas não vamos nos prender a isso agora, mais tarde, quando terminarmos de falar sobre sujeito e predicado, voltaremos a esse assunto.

Vamos lá!

Tipos de sujeito:

1 - O sujeito simples existe quando o núcleo do sintagma nominal que exerce tal função tem apenas um núcleo.

Exemplos:

Eles jogaram futebol.

O menino é inteligente.

Esse blog é legal! ^^

Perceba que os núcleos são: "eles", "menino" e "blog".

2 - O sujeito composto é encontrado quando há mais de um núcleo dentro da estrutura sintagmática do mesmo.

Exemplo:

Ela e seu namorado irão ao parque.

Pedro e Maria se odeiam.

Cães e gatos dificilmente se misturam.

Na ordem das orações acima, os núcleos são: "ela" e "namorado", "Pedro" e "Maria, "cães" e "gatos".

3 - Há sujeito indeterminado quando o núcleo do sintagma verbal (ou simplesmente verbo ^^) não se refere a uma pessoa determinada, ou quando se desconhece ou não se tem interesse na pessoa que pratica ou sofre a ação verbal.

Vejamos os índices de indeterminação do sujeito:

a) Verbo na terceira pessoa do plural:

Quebraram o vidro da porta da biblioteca.

Protestaram contra os maus salários dos professores.

b) Verbo na terceira pessoa do singular com pronome "se":

Falava-se muito sobre o vandalismo na escola.

Naquele tempo, gostava-se do bom e velho samba.

Para refletirmos:

Se o sujeito indeterminado acontece quando não se sabe ou não há interesse em saber quem praticou ou sofreu a ação verbal, por que as gramáticas mais tradicionais classificam pronomes indefinidos como sujeito simples?

Exemplo:

Alguém quebrou o vidro da porta da biblioteca.

Não há o mesmo efeito da frase do outro exemplo? Continuo sem saber quem praticou a ação.

Não seria ridículo esta situação:

Quem quebrou o vidro?

R: Alguém.

Por que utilizam definições semânticas para chegar a uma conclusão sobre o que é sujeito, mas abandonam a mesma semântica para dizer o que é um sujeito indeterminado? Ora, a própria noção de sujeito indeterminado não seria semântica?

Mas vamos deixar essa discussão para os gramáticos: realmente vale separar a sintaxe da semântica? ^^

4 - É simples descobrir quando o sujeito é desinencial. Como o nome já sugere, o sujeito desinencial é aquele que pode ser conhecido pela desinência número-pessoal do verbo.

Exemplo:

Gosto de seus olhos

Gostas de meus olhos.

(Desculpem a minha falta de criatividade)

Percebe que a desinência "o" indica que o sujeito da primeira oração é o pronome "eu", e a desinência "s" indica que é o pronome "tu"?

É isso aí.

Mas retomemos as reflexões sobre o sujeito indeterminado e comecemos outra reflexão aqui.

Se for para querer fazer da sintaxe uma ciência exata, não seria viável dizer que aqui não há sujeito?

Pense, o que diz que "alguém" é sujeito simples na oração do exemplo que dei anteriormente?

O forma estar presente, visível e concordando com o verbo é que indica isso.

"Alguém quebrou..."

Mas, se deixei de classificar tal termo como sujeito indeterminado, ignorando totalmente seu valor semântico, pelo fato de ele estar aí visível e concordando com o verbo, se o sujeito não estiver visível, não poderíamos dizer que não há sujeito?

Realmente, não acho que se possa dizer que não há sujeito nesse caso, mas penso que as regras e definições não devam ficar se alterando de acordo com cada exemplo dado.

Ou aceitamos que sintaxe, semântica e morfologia devem sim se apoiarem umas nas outras, ou não as devemos misturar quando acharmos conveniente, pois assim estaremos fazendo uma grande bagunça.

5 - Chegamos à parte mais longa desse estudo, oração sem sujeito. ^^

É bom lembra o que diz o prof. Celso Cunha (Gramática da Língua Portuguesa, 142, 1985), "não se deve ser confundido o sujeito indeterminado, que existe, mas não se pode ou não se deseja identificar, com a inexistência do sujeito."

Os principais casos de oração sem sujeito ocorrem nas seguintes ocasiões:

a) Quando o verbo "haver" tem o mesmo sentido que o verbo "existir".

muitas pessoas aqui.

No futuro, haverá muitos visitantes nesse blog. ^^

Obs: é bom lembrar que, quando há locução verbal, o verbo "haver" passa a sua impessoalidade para o verbo auxiliar.

Amanhã pode haver aula!

Outro detalhe, se empregar verbo "existir", haverá sujeito na oração, pois esse verbo não é impessoal.

Boas lembrança existem em minha mente.

Repare que "boas lembranças" é o sujeito nessa oração.

b) Com verbos que denotam fenômenos da natureza:

Trovejou bastante ontem.

Chove muito em São Paulo.

Obs: verbos deste tipo não são impessoais quando empregados com valor figurado.

Exemplos com os mesmos verbos utilizados acima:

As lágrimas choveram em meu colo.

A ira trovejou em seu coração.

c) O verbo "ser" indicando tempo:

Era um belo dia.

Eram dias de alegria.

d) Verbos "fazer", "haver" e "ir" indicando tempo decorrido:

Fará um ano que não a vejo.

muito tempo que isso aconteceu.

Vai para três anos que não vejo Maria.


Bem, pessoal, basicamente é isso que há para ser falado sobre tipos de sujeito.

domingo, 19 de junho de 2011

Sujeito

O sujeito é colocado entre os termos essenciais da oração, sujeito e predicado. Mais tarde tornaremos a falar sobre isso.

O sujeito, embora fácil de ser encontrado na oração, é um termo que carece de uma definição totalmente coerente. Mas só falaremos sobre isso mais adiante também.

Vejamos, então, algumas das definições mais populares de sujeito:

"Sujeito é o termo que concorda com o verbo."
(Perini)

"Sujeito é o termo sobre o qual se faz uma declaração."
(Celso Cunha)

"Sujeito é o termo da oração que denota a pessoa ou coisa de que afirmamos ou negamos uma ação, estado ou qualidade."
(Bechara)

Exemplo de sujeito:

O menino gosta de doce. ^^

Percebe que "o menino" é o termo que concorda com o verbo e sobre o qual se faz uma declaração? Até aí tudo bem.

Vejamos agora um pouco sobre o sintagma nominal que exerce a função de sujeito na frase do exemplo.
(Sim, fiz no paint hauhauhau)

Det = determinante
N = nome
V = verbo
Prep = preposição
SN = sintagma nominal
SV = Sintagma verbal
Sprep = sintagma preposicional (alguns autores dizem SN(Prep), sintagma nominal preposicionado)
O = oração

Percebemos que, embora o núcleo do sintagma nominal que exerce função de sujeito mantenha uma relação de concordância com o núcleo do sintagma verbal, os dois se ligam diretamente à oração, e não um ao outro. Tiro a conclusão, portanto, de que sujeito é o sintagma nominal que se liga diretamente à oração. Essa é uma ideia que tive sozinho, logo é passível de falhas, mas por falta de uma definição melhor, fica essa por enquanto. Se algum outro autor já disse a mesma coisa, avisem-me, não quero que pareça plágio.

Agora começo a questionar algumas definições de sujeito. Estarei aqui parafraseando, um pouco, autores como Perini.

Se sujeito é o termo sobre o qual se faz uma afirmação, quem seria o sujeito em frases interrogativas?

Exemplo:

Quem fez isso?

Outro caso esquisito:

O herói foi ferido pelo vilão.

Se sujeito é o termo que denota a pessoa ou coisa que afirmamos ou negamos uma ação, seria viável classificar "vilão" como sujeito? Claro que não, "pelo vilão" seria agente da passiva!

Ainda temos falha na declaração do próprio Perini.

Vamos pensar, o sujeito sempre será o termo que concorda com o verbo?

Olhemos essa frase:

Tudo são flores.

O sujeito é "tudo", porém o verbo não está concordando com ele.

O sujeito é sim o que esse autores dizem ser, mas há exceções.

Pessoal, essas indagações não são para assustar vocês! Não se preocupem com as terminologias que vocês ainda não conhecem, estudaremos as mesmas mais adiante.

Depois continuarei a falar sobre este assunto.
Continuaremos pelos tipos de sujeito.




sábado, 18 de junho de 2011

Frases, orações e períodos

Depois de pensar bastante, decidi começar este blog pelos estudos de sintaxe. Comecemos, então, pelo que há de mais elementar.

Frase e oração:

É sempre bom lembrar que toda oração é uma frase.
O que é uma frase?

"A frase é uma enunciação de sentido completo, a verdadeira unidade da fala."
(Cunha, Celso. Gramática da Língua Portuguesa, 1985)

A frase pode conter verbo ou não.

As frases que não contêm verbo são chamadas de "frases nominais" por alguns autores.

Exemplos:

Que calor! Fogo!

As frases que contêm verbo são chamadas de orações (logo toda oração é uma frase também).

Exemplos:

A casa está queimada. O homem gosta de futebol.

Falemos de períodos também.

"Período é a frase organizada em oração ou orações."
(Ibid)

Os períodos são divididos em simples e compostos.

Há período simples quando existe somente uma oração.

Exemplo:

O menino estuda gramática.

Há período composto quando existem duas ou mais orações.

O menino que estuda gramática sempre chega cedo à escola, pois quer boas notas.

Entendeu? Se há apenas um verbo na frase, há somente uma oração. Se existem dois ou mais verbos, existem duas ou mais orações. Se não existe verbo, não existe oração. O número de orações segue o número de verbos. ^^